11.11.09

ENADE, aff!


Sim, mais uma vez estive entre os milhares de alunos escolhidos para essa tortura em um domingo ensolarado. O ENADE me pegou de jeito. E eu, sem poder fugir na hora H, tive que passar meu adorável domingo em uma cela, quer dizer, sala de colégio estadual. Com a formatura brincando de polícia e ladrão comigo, a única alternativa que restava a mim era dispensar todos os convites para praia e churrascos e cair na mão com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes.

Minha saga começou em 2006, ano em que tive o (des)prazer de descobrir o que significava, o tão falado por minha mãe, provão. Moradora de Copacabana, fui escalada para realizar o meu exame (não, não era neurológico) em Vila da Penha.

Durante três anos de faculdade de Jornalismo, achei que estaria imune à uma nova avalicação do ENADE. Sabe? Tipo caxumba, a gente pega uma vez e pronto, não pega mais. Só que, por se tratar desta abóbra que voz escreve, as coisas não são tão simples assim. Olhando meu histórico de doenças, já tive, comprovado por uma conceituada otorrinolaringologista do Rio de Janeiro, três vezes caxumba. São poucas as pessoas que conheço que já pegaram tal doença. Sou mesmo uma pessoa de sorte! Acho que eu deveria ser estudada por uma faculdade de medicina ou até mesmo alienígenas. Nunca ouvi alguém que tivesse conseguido tal proeza. Acho que nem você, querido leitor.

Fato é que, três anos depois do meu primeiro exame, fui convocada para fazer o ENADE deste último domingo. Sim, calor de rachar. Pessoas na praia, refrescando-se. Madames em shoppings com ar-condicionado, almoçando em restaurantes especializados em saladas, tipo Gula Gula. Eu, que mal dormi por conta da alta temperatura de sábado, saí às 11h30 de casa para fazer prova na Barra da Tijuca. Delicioso. Quando recebi a maldita carta comprovatória de tortura, logo procurei o local onde deveria realizar a prova. Foi quando deparei-me com as siglas C.E.. Sim, leitor, COLÉGIO ESTADUAL. Gelei.

Tão fácil como gelei, o calor de domingo e o meu mau humor exarcebado fizeram questão de me derreter. Ao ver o número seis mil e qualquer coisa na carta, raciocinei: "estudo próximo ao Barra shopping, que é 4 mil e pouco. Putz, é muito longe!". Penso, logo, sou burra de não colocar o endereço no Google Maps. Quando reparei que o Rio Design da Barra era algo próximo a seis mil e muitos, tive a clara certeza de que já havia passado o tal colégio Vicente Januzzi. O calor me deixava completamente suada e o sol fritava meus miolos, que logo teria que usar. Dei duas voltas para achar um colégio muito escondido na Avenida das Américas. (In)Felizmente, achei!

Ao adentrar o pátio do C.E., reparei que as salas tinham ar-condicionados nas janelas. Confesso que fiquei mais tranquila, porém, com o mesmo calor. Achei uma sombra para sentar, já que os portões ainda estavam fechados. Torcia para chegar ao horário em que poderíamos entrar e meu humor e suor secarem pelo refrescante ar gelado. Conversei com duas pessoas aleatórias sobre o critério de distribuição de local de prova, que muito me revolta. Moradora de Copacabana fazendo prova em Vila da Penha. Atualmente, moradora da Tijuca colocando meus saberes em um exame na Barra? Por quê? Na minha rua, há poucos metros da minha casa, tem um colégio municipal. NA MESMA CALÇADA!

Os portões abriram e eu e meus recentes conhecidos fomos em busca de nossas salas. Ok, andei o mais rápido que pude. Procurei a sala. "Sala três...sala seis...opa! Sala nove!". Se por um novo acordo semântico o "opa" pudesse se transformar em "puta que pariu", gritaria umas 90 vezes "opa" naquele momento. Ar-condicionados desligados. Sim! O calor da terra subia e eu ouvia em meus pensamentos: "se fudeu!". A única alternativa que me restava era sentar frente ao ventilador, e foi o que fiz. Aquele vento quente consumia ainda mais o meu humor. Como cerejinha do sundae, as cadeiras e mesas eram para anões. Meço 1,57m. Apenas isso, nenhum centímetro ou milímetro a mais. Como mesa e cadeira podem ser pequenos para mim? Fácil. Sala para primeira série do ensino fundamental. Quiçá, alfabetização.

Ao receber a prova, comecei a ler as questões para respondê-las. Enquanto lia algo parecido com êxodo rural, me concentrava naquela gotinha safada de suor que insistia em escorrer da minha nuca em direção a minha calcinha. Virava a página e o pinguinho da testa fazia questão de molhar o pedaço da frase em que eu tentava ler com atenção. Quanto mais situações dessa natureza aconteciam, mais eu me irritava. Estava prestes a estourar, quando interrompi o movimento do meu braço que corria para socar a mini-mesa. Assim foi por duas horas e meia de prova. Descontrolei-me de tal forma que não lembro das perguntas do ENADE. Fiasco!

O que me consola é que esta prova não aparece em nenhum lugar do meu histórico escolar e irá se juntar com outras centenas e dar uma péssima nota, já esperada, à minha querida (não tão querida) faculdade. Mentira! O que mais me consola de verdade é que esta foi a última vez que participei desta tortura. Ou não! Com a minha sorte, sabe-se lá o que pode acontecer.

2 comentários:

  1. NOSSAA, depois disso não sei se devo te dar parabens por enfrentar tal desafio ou se devo rir da sua cara. ;S HAHA
    horrivel fazer prova assim, horrivel ter que dividir uma sala onde se tem gente com cece, cabelo fedendo e um ventilador de quinta, ainda mais quando se tem que fazer bem longe de sua residencia. A minha ultima experiencia eu fiquei mocinha, sabe aqueles dias onde são totalmente irritantes!? é, ficar usando 'paninho' ou 'tampinha' rsrsrs
    Pois é, mistura o calor, nervosismo, gente feia, lugar pior ainda, odores exaltados... e tudo para conseguir uma ajuda na faculdade, onde se tem tanta gente ocupando tantas vagas sem saber ao menos a materia do dia. rs é um problema...

    bom, mandou eu vim ler eu li e ainda fiz um comentario que foi quase um post de tão grande, haha

    beijão!

    Thamy!

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  2. Ahahaha Luiz Felipe tb teve que fazer... Mas ele resolveu apelar: deixou o carro em pisca alerta, subiu pra fazer a prova em poucos minutos e voltou.

    Graças a DEUS eu nunca fiz isso, que droga hein Aline!

    A propósito, fazia tempo que não comentava aqui, não é?

    bjs

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