12.4.09

\o/ Y.M.C.A! /o\


Muita gente veio me perguntar por que eu não escrevia aqui há tanto tempo. Posso inventar milhares de desculpas esfarrapadas como: "Ah, a vida anda uma correria e eu não tenho tido tempo de atualizar As sementes da Abóbra!", ou então algo assim: "Puxa, não tenho andado com criatividade para escrever algo engraçado, estou muito depressiva.". Essas desculpas não seriam convincentes. A resposta para essa pergunta pode ser até simples demais. Esqueci ou não tive paciência de escrever. Penso em alguns temas engraçados e divertidos latentes, carentes, desesperados para serem escritos. Entretanto, minha vida profissional anda tão agitada que não tenho vontade de chegar em casa e escrever, escrever e escrever! Hoje eu resolvi atualizar o blog. Mãos a obra?

Minha vida sempre foi muito ligada à música. Em todos os momentos ou situações do cotidiano procuro alguma letra que remeta ao meu sentimento. Tenho certeza que as pessoas mais interessantes que eu conheço gostam de fazer isso também. O que me espanta é que em alguns eventos sociais, independente de qual sejam, certas músicas são obrigadas a tocar. Não! Não falo do bate-estaca proporcionado pela música eletrônica ou as letras marcantes dos nossos poetas musicais brasileiros, como Chico Buarque. Falo de embalos do final dos anos 70 criados para deter a audiência de um nicho específico, os gays. Cheios de estereótipos, Village People conseguiu essa atenção, não somente de seu público alvo, como famílias de outros lugares do mundo.

O ponto que eu gostaria de apresentar é que há dois meses fui a um casamento em uma casa de festas no Alto da Boa Vista. Boa festa, boa comida, boa família. Família judaica tradicional. Ok, qual é a relação entre Matzel Tov e Y.M.C.A? Queridos leitores, TODA! Deixe-me explicar.

Eu talvez tenha reparado no óbvio: as mesas se esvaziam; crianças gritam; Jovens, gatões de meia idade e vovós dançam loucamente quando essa melodia abre a seleção de Dance Music. Não há uma pessoa que não saiba os passos conhecidos e o famoso jogo de mãos fazendo a sigla da música. As senhoras, cobertas de ouro (muito ouro!) e seus vestidos cafonas num mix de cheiro de mofo e naftalina, eram acompanhadas de seus respectivos maridos, com cara de rabino que mal sabiam manter uma conversa em português, e dançavam fazendo um enorme trenzinho que circulava por todo salão. Não havia Torah que fizesse aquelas famílias pararem de bailar com adereços muito comuns em festas. Arcos alegres, plumas coloridas, óculos engraçados, gravatas brilhantes, tudo o que a música pede. E lá estavam eles, pessoas com sobrenomes que possuem mais consoantes do que vogal, remexendo as cadeiras até de manhã.

Incrível, não? Na maioria desses eventos sociais, casamentos, festas de 15 anos, formaturas, os embalos que levam os convidados à pista de dança são as músicas animadas dos gays dos anos 70/80. Sem preconceitos, apenas por ser um ritmo marcante e dançante. Viva ao Y.M.C.A!