24.1.09

Cotidiano


Desde o fim de dezembro, minha mãe e meu padrasto se encontram de férias. Isso pode ser bom e ruim de várias formas. Não vou entrar muito nesse detalhe porque o post de hoje é sobre outra coisa. E o que as férias da minha família tem a ver com isso? Explicarei agora.

Todos os dias, pela manhã, eu ganho uma caroninha do meu padrasto até o trabalho. Nossas empresas - calma, galera, não sou dona de nada! - ficam muito próximas. É ótimo para mim! Posso dormir até mais tarde, uma vez que de carro o trajeto é mais rápido. Entretanto, todos os funcionários (menos os explorados estagiários, como eu!) têm direito a férias, anualmente. É isso mesmo, a felicidade da minha mãe e do meu padrasto é a minha infelicidade e prováveis descontos por atrasos do meu, já enxuto, salário. Paro e penso: "É, estagiário só se f*!".

Dessa forma, desde dezembro eu tenho ido trabalhar de ônibus. Meu horário é 8h e inúmeras vezes já saí de casa a essa hora. Pobre de mim! Além de virar piada no meu setor - quem nunca ouviu: ih, chegou cedo para amanhã! - a empresa para qual trabalho está cortando despesas e isso quer dizer exatamente que QUALQUER atraso será descontado do salário do otário funcionário. Ok, justo.

Vendo que apenas me restava pegar o ônibus, até porque ODEIO metrô, saía de casa todos os dias aproximadamente no mesmo horário. De mau-humor, num calor de rachar do verão do Rio de Janeiro, faço sinal para o santo meio de transporte. Ao subir, me deparo com a cobradora mais inusitada da face da terra. Uma senhorita, no auge dos seus 30 e poucos anos, afro descendente, robusta, sorridente e altamente descontraída. Confesso não saber o nome da figura, mas percebi que ela faz a alegria dos passageiros da manhã. Nunca vi pessoa tão animada e falante às 7h30m. Falava sobre tudo, alto, com quem quisesse ouvir! Um papo cômico, sobre os mais variados temas.

Repeti o mesmo processo matinal no dia seguinte e encontrei com a mesma funcionária. Percebi, então, que as pessoas planejavam sair de suas casas em direção aos seus empregos sempre na mesmo horário para poder encontrar com essa figura. Normalmente, saio de casa já com o ipod conectado e tocando músicas aleatórias. Desde quando subi nesse ônibus pela primeira vez, meu mp4 vai desligado da minha casa até o Centro da Cidade. Já ouvi causos inusitados, como a vez que a Srta. deixou de ser evangélica. Situações para lá de hilárias que me fazem ter a vontade de sair mais cedo de casa para trabalhar!

Infelizmente, meu padrasto voltou de férias. E eu? Não perco minha caroninha e meus 15 minutos a mais de sono por nada. Contudo, confesso: sinto falta da simpatia daquela moça que encanta a linha de ônibus. Num desses dias que entrei no coletivo me senti muito bem. Ao subir no ônibus, cumprimentar com um "obrigado" ao motorista e um "bom dia" à cobradora, como sempre faço, recebi um elogio. "Nossa, com um sorriso bonito dessa menina, não tem como não ser um bom dia mesmo!".

Adorei ouvir isso da minha cobradora preferida e segui viagem. Espero nas próximas férias do meu padrasto, encontrá-la todas as manhãs novamente!

2 comentários:

  1. Ah eu já peguei onibus com essa cobradora, várias vezes. Indo pra PUC umas 6 da manha, ela é do 229 ou 220 neh.
    Sabia o nome dela, mas esqueci.
    Mto engraçada mesmo, mas me lembra o Diego, ninguem pode estar tão elétrico nessa hora da manhã. auhauhauhauahuaa.
    Claro que eu tinha que resmungar alguma coisa neh.hehehehehe.
    Bjos do Ogro.

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  2. Ela deve tomar a famosa fórmula "Concentrado de guaraná com café e pitadas de Coca-Cola".

    E gentileza gera gentileza, por isso as pessoas gostam tanto dela, e se bobear ela ainda fica com uma gorjeta eeheheheh.

    Bjs

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